Há exatos 30 anos foi criada a primeira escola sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 29 de agosto de 1987, constituiu-se a assembleia de fundação da Escola Sindical 7 de Outubro com a participação de lideranças sindicais mineiras e de outras regiões do Brasil.

Assim como a CUT, que completou 34 anos ontem durante a sua 15ª Plenária Nacional (Congresso Extraordinário e Exclusivo), a Escola Sindical foi fruto da reorganização dos movimentos sindical e popular contra o autoritarismo do regime militar, contra o peleguismo sindical, contra a política econômica recessiva e contra as péssimas condições de vida e trabalho nas quais se encontravam a classe trabalhadora brasileira.

Por essa razão, o nome da Escola Sindical dá vitalidade à memória da resistência dos metalúrgicos da Usiminas, vítimas da repressão policial contra o movimento paredista organizado em 7 de Outubro de 1963, em Ipatinga, região mineira do Vale do Aço.

Nem o autoritarismo do estado de Minas Gerais nem o Regime Militar, nascido do golpe de 1964, foram capazes de apagar o “Massacre de Ipatinga” da História de lutas da classe trabalhadora brasileira. A luta dos trabalhadores por relações democráticas de trabalho, a partir do diálogo e do respeito à dignidade humana, é cada vez mais atual num país em que as elites do dinheiro atacam os direitos sociais e precarizam o trabalho.

O protagonismo dos trabalhadores mineiros fez surgir na grande BH e noutras regiões o novo sindicalismo, nos anos 70 do século passado. A ousadia nas greves reivindicativas fez com que as oposições sindicais se voltassem contra as direções pelegas que impediam a ação dos sindicatos operários. Mesmo sem instrumento sindical nos serviços públicos, os professores da Rede Estadual de Ensino paralisaram as escolas públicas e fundaram a União dos Trabalhadores da Educação (atual Sind-UTE/MG).

Por outro lado, entidades sindicais combativas de Minas Gerais, como o SINTTEL, o SINDIELETRO, a FETAEMG e o Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, tiveram papel decisivo na fundação da CUT e da Escola Sindical 7 de Outubro.

Não podemos deixar de mencionar a relevante contribuição da ala progressista da Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais da Base e das Pastorais Operárias, para o renascimento das lutas populares e sindicais. Este papel também foi cumprido por intelectuais vinculados à academia, principalmente da UFMG, como o professor Michel Le Ven, que atuou na primeira composição de coordenação da Escola 7.

A solidariedade que fundou a Escola Sindical não teve fronteiras. A iniciativa dos metalúrgicos italianos, através da sua Federação (FIM) e da central sindical (CISL), possibilitou que fossem erguidos os primeiros tijolos da nossa Escola. Esta união fraternal é simbolicamente representada na memória do saudoso Enrico Giusti.

Nesse sentido, queremos exaltar o aniversário de 30 anos da Escola Sindical 7 de Outubro. Trata-se de um excelente momento para reavivar as lutas da classe trabalhadora por democracia e direitos, sem perder de vista o desafio permanente de construir uma educação emancipadora e crítica voltada para o fortalecimento do sindicalismo autônomo, democrático, de massas e combativo, marca indelével da CUT e da sua luta pela edificação de uma sociedade verdadeiramente justa e solidária.

Nesta oportunidade, manifestamos o nosso agradecimento à CUT-Brasil, que através da sua Secretaria Nacional de Formação, tem contribuído para o processo de revitalização da Escola Sindical 7 de Outubro, mobilizando as Estaduais do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Ramos e sindicatos CUTistas para a campanha de 30 anos da sua primeira escola de formação sindical.

Vida longa à CUT! Vida longa à Escola Sindical 7 de Outubro!

Coordenação Executiva da Escola Sindical 7 de Outubro

Adilson Pereira dos Santos (coordenador geral)

Fernando Antônio Pereira Cançado (coordenador administrativo-financeiro)

Vandercy Soares Neto (coordenador de formação)

Juarez Antunes Pinto (coordenador de cultura) In Memoriam