Dirigentes sindicais do SINTER-MG participaram do 2º Módulo do curso de Vivência e Prática Sindical, na Escola Sindical 7 de Outubro, Barreiro, Belo Horizonte. Esta etapa aconteceu nos dias 5 e 6 deste mês, articulada à reunião do Conselho Deliberativo do SINTER-MG.

O curso tem como objetivo principal possibilitar aos e às dirigentes sindicais a apropriação crítica do processo histórico-social de organização, resistência e luta da classe trabalhadora contra a exploração patronal-capitalista.

Ao mesmo tempo, o processo formativo leva em conta os desafios atuais para o fortalecimento da atividade sindical do SINTER-MG no mundo do trabalho e na sociedade.

Neste módulo, o tema geral desenvolvido foi a Democratização das Relações de Trabalho. A persistência da herança escravagista nas relações sociais e a prevalência da regulação privada das relações de trabalho são fatores determinantes para que o local de trabalho não seja visto como espaço público e com participação ativa dos trabalhadores.

Em torno deste tema, o módulo permitiu uma reflexão crítica sobre as relações de trabalho no âmbito da EMATER-MG, a partir de um diagnóstico amplo sobre os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores no local de trabalho.

Estrutura sindical brasileira, convenções internacionais da OIT (Organização Internacional do Trabalho), assédio sexual no local de trabalho e a estratégia da CUT para organização e representação sindical de base foram temáticas destacadas nesta etapa.

Para Ronaldo Aquino, diretor de formação sindical do SINTER-MG, o curso é uma iniciativa importante para fortalecer a identidade dos e das dirigentes sindicais com o projeto organizativo da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Nesse sentido, elevar a consciência de classe dos dirigentes sindicais, tendo em vista a defesa da ATER pública e de qualidade voltada à sustentabilidade da agricultura familiar, é um dos resultados que queremos alcançar com esta iniciativa, enfatizou.

Janya de Paula Costa, diretora de comunicação do SINTER-MG, elaborou a concepção metodológica da temática “assédio sexual no local de trabalho”, aplicada no curso. Para Janya, trabalhar assédio sexual no ambiente de trabalho oferece a oportunidade de rever conceitos e desconstruir estereótipos que são baseados numa educação machista, que coloca a mulher em condição de subalternidade nas relações sociais e de trabalho.

Ela ainda enfatiza que a metodologia adotada no curso possibilitou a todos se reavaliarem enquanto possíveis agressores e também como vítimas em potencial dos assédios sexual e moral.

Com efeito, “assédio sexual é assunto grave e é crime e, apesar de o ambiente de trabalho ser responsabilidade direta da empresa, todos nós estamos implicados no processo e devemos agir de forma solidária”, disse. Para ela, é preciso dar voz às vítimas, combatermos as desigualdades e estimular a denúncia de forma a quebrar esse ciclo de violência.

Para Adilson Pereira dos Santos, coordenador geral da Escola Sindical 7 de Outubro, a parceria com o SINTER-MG tem contribuído para a construção de uma experiência formativa continuada e orgânica, que leva em consideração os reais problemas enfrentados pela atividade sindical para lutar por melhores condições de trabalho e vida.

Segundo Ronaldo Aquino, a ação formativa conjunta entre SINTER-MG e Escola Sindical se desdobrará em novas atividades para este ano. O curso de Vivência e Prática Sindical terá uma nova etapa para aprofundar o tema planejamento sindical, e também será retomado o curso de Negociação e Contrato Coletivo de Trabalho, disse.