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Juventude, mercado de trabalho e participação sindical em debate

19/02/2016

Núcleo de Estudo da Escola Sindical 7 de Outubro direciona seu olhar analítico para as questões juvenis na agenda sindical e nas lutas sociais

Escrito por: Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro

 

Mais de 50 milhões de brasileiros possuem entre 15 e 29 anos de idade. Desse total de jovens, cerca 50% só trabalham ou estão à procura de emprego. Outros 18% conciliam trabalho e estudo. A partir destes dados do IPEA, podemos afirmar que a juventude brasileira é trabalhadora.

Ademais, qual o padrão de inserção no mercado de trabalho desses jovens? Quais as suas formas de participação nos sindicatos? Como os jovens lutam? Essas e outras questões fizeram parte do debate de ontem (18), no Núcleo de estudos da Escola Sindical 7 de Outubro.

Pesquisas recentes sobre juventude e mercado de trabalho apontam para a forte tendência de precarização do trabalho juvenil, embora os esforços do movimento sindical, OIT e governo brasileiro para a construção de uma Agenda de Trabalho Decente para este segmento da população. Em períodos de crise e baixo crescimento econômico, aprofunda-se o desemprego juvenil e a inserção dos jovens em postos de trabalho precários, como aponta o IPEA.

Dados sistematizados pela CUT (em 2015) apontam ainda a queda da inserção de jovens entre 15 e 24 anos de idade no mercado de trabalho. Trata-se de um paradoxo, na medida em que isto pode representar a dificuldade do jovem encontrar o primeiro emprego ou que ele está retardando o seu ingresso no mercado de trabalho para se qualificar profissionalmente, sem a pressão de ter que vender a força de trabalho precocemente visando gerar de renda para provimento familiar.

Para Felippe Kennedy, 23 anos, do SINTTEL, conciliar estudo e trabalho é um dos maiores desafios da juventude trabalhadora brasileira. Ele afirmou que o movimento sindical tem um papel relevante para a luta por direitos dos jovens que estudam e trabalham. Os sindicatos devem defender e garantir cláusulas nas convenções e acordos coletivos que possibilitem o direito ao estudo e à formação do jovem trabalhador, disse.

O Núcleo de estudos foi também uma oportunidade para refletir sobre a participação do jovem no movimento sindical. Com efeito, há um contrassenso que desafia as organizações sindicais da classe trabalhadora. Apesar da taxa de formalização ter aumentado no mercado de trabalho, a taxa de sindicalização não acompanhou este ritmo e, em alguns estados, a sindicalização decaiu, segundo dados da CUT. Daí a questão: como tornar a organização sindical atrativa para a juventude trabalhadora?

Diego, 28 anos, acredita que o debate sobre a juventude e sua participação nos movimentos sociais tem importância ímpar na formação das futuras lideranças e colabora no sentido da emancipação do jovem, como cidadão e no desenvolvimento de suas habilidades políticas. É de vital importância elevar esse debate a degrau superior em nossa comunidade, enfatizou.

Assim compreendido, Diego e Felippe defendem a ideia de renovação no movimento sindical, a partir da maior participação dos jovens nas direções sindicais. Trata-se de um processo de renovação que seja capaz de estabelecer o fio condutor necessário para o compartilhamento da memória, da experiência organizativa e das lutas entre as gerações.

Uma das formas de potencializar a relação entre juventude e movimento sindical está na atuação dos sindicatos dentro das escolas. Talvez seja importante o jovem conhecer o sindicato antes de entrar no mercado de trabalho, compreendendo o papel deste importante ator social na defesa e ampliação dos direitos dos trabalhadores e da população em geral, defendeu Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro.

A ação sindical deve também apostar nas redes digitais, no uso da cultura e na diversificação das linguagens para atrair a juventude trabalhadora para o processo de organização coletiva. A renovação do movimento sindical passa pela incorporação de novas linguagens, focada nas identidades culturais emergentes na sociedade, de maneira que se combine a perspectiva da luta de classes com às questões de gênero, geração, raça/ etnia, orientação sexual e as sociabilidades contemporâneas.

O Núcleo também fez um estudo de caso sobre a derrota imposta pelos estudantes paulistanos à proposta de reestruturação escolar do governador Geraldo Alckmin, no ano passado. A ocupação das escolas contou com a contribuição de professores, das organizações sindicais, das famílias e de movimentos sociais, como os Sem-Teto.

O ato do governador de fechar escolas e remanejar estudantes e profissionais não representa apenas negar o direito à educação, representa negar o direito ao território e os sentidos que a escola constrói para a identidade e o pertencimento de estudantes, professores, famílias e comunidades ao território, afirmou Emanoel.

Na próxima quarta-feira (24), os estudos sobre juventude serão continuados pelo Núcleo de estudos da Escola Sindical. A educadora Silvia de Martin, da Escola Sindical, abordará as questões juvenis no âmbito das negociações sindicais, tendo em vista à defesa do trabalho decente para os jovens trabalhadores.

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