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Formação Continuada de Formadores na Zona da Mata

03/10/2017

Com debates e trabalho de campo, Escola Sindical 7 de Outubro inicia Curso de Formação Continuada (FFC) para dirigentes formadores em Juiz de Fora

Escrito por: Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro

 

Mais de 30 dirigentes sindicais participaram do Curso de Formação Continuada de Formadores, em Juiz de Fora, entre os dias 27 e 29 de setembro de 2017. A atividade descentralizada integra a estratégia de interiorização da formação sindical cutista e possibilita trocas de experiências para o fortalecimento da prática formativa de base.

O Curso foi uma iniciativa da Escola Sindical 7 de Outubro, do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora (STIM), do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (SINTER-MG), Sindicato dos Servidores Públicos Federais  de Minas Gerais (SINDSEP-MG), Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas, da CUT Regional Zona da Mata e CUT Minas Gerais. Osvair Diniz (STIM), Janya Costa (SINTER) e Geralda Rezende (SINDSEP) foram os formadores responsáveis pela coordenação, organização e logística do Curso.  

Além de integrantes das entidades organizadoras, participaram dos momentos formativos os dirigentes sindicais da Assin-ES (Associação dos Servidores do INCAPER), do Sindicato dos Rodoviários de Juiz de Fora (SINTTRO), do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Simonésia (SINTRAF/ FETRAF-MG), do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), do Sindicato dos Eletricitários de Minas de Gerais (Sindieletro), do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem (Sindimetal), do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) e  da Associação dos Funcionários da Emater Rio de Janeiro.

Para Adilson Pereira, coordenador geral da Escola Sindical 7 de Outubro, a formação sindical deve estar mais presente nas diversas regiões do estado de Minas Gerais, visando um maior envolvimento dos sindicatos com os programas da Política Nacional de Formação da CUT. Atividades formativas como a que ocorreu em Juiz de Fora, Zona da Mata, potencializam a capacidade de ação conjunta e solidária dos sindicatos e militantes na formação e nas lutas sindicais.

Na quarta-feira (27), após a abertura institucional do Curso, Lucimar Martins, secretária da mulher trabalhadora da CUT-MG e liderança da FETRAF, João Cesar, presidente do STIM Juiz de Fora, e Rogério Mamão, secretário de formação do SINDSEP-MG, refletiram sobre os impactos da reforma trabalhista no movimento sindical, no auditório do Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas, em Juiz de Fora. É consenso que a reforma trabalhista e a lei da terceirização desenfreada não só rebaixam direitos dos trabalhadores do mercado formal, ameaçando também a ação sindical no local de trabalho e nas negociações coletivas, mas podem fazer com que o país retroceda nas mazelas sociais que estavam em caminho de solução, como o trabalho infantil, a fome, idosos em situação de extrema pobreza, etc.

A quinta-feira (28) foi dedicada ao trabalho de campo dos dirigentes formadores na planta da Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, e nas experiências de acampamento e assentamento de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), no município de Coronel Pacheco, Zona da Mata. Da indústria automobilística 4.0 alemã, do século XXI, às ruínas da indústria monocultora dos barões do café, do século XIX, que se tornou assentamento de reforma agrária. Num único dia foi possível conhecer o contraste entre o trabalho industrial robotizado para produção de veículos modernos e o trabalho artesanal da agricultura campesina de subsistência, visando a socialização dos meios de produção e de vida no campo.

O dia de trabalho de campo colocou em relevo a contradição do desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo na Zona da Mata mineira. De um lado, o operariado com força de trabalho explorada por uma multinacional que substituiu trabalhadores por robôs com inteligência artificial, terceiriza e conta com suntuosos incentivos fiscais. De outro, campesinos que se organizam para combater o latifúndio improdutivo e o agronegócio que degradam o meio ambiente, concentram terras e geram insegurança alimentar para o povo brasileiro. Este intercâmbio mostra a atualidade da aliança operário-camponesa no ano do centenário da Revolução Russa de 1917.

Enquanto que na sexta-feira (29) de manhã, no auditório do STIM Juiz de Fora, o debate sobre a conjuntura da luta de classes ganhou novas problematizações a partir da palestra da Profa. Margarida Salomão, deputada federal do PT-MG. Para ela, as matrizes organizativas do novo sindicalismo que resultaram na criação do PT e da CUT se encontram em crise e somente o trabalho de base pode apontar saídas para o cerco político dos setores conservadores que se encastelaram nas instituições democráticas do Brasil, a partir do golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff. A deputada federal Margarida Salomão destacou a importância da pedagogia de Paulo Freire para a formulação de novas práticas relacionadas ao trabalho de base e à comunicação sindical, num contexto em que a disputa de valores é um elemento central para a construção de um projeto popular para o país.

O debate de conjuntura contou com a participação de Gilmar de Souza, secretário de formação da CUT Minas Gerais. Gilmar falou sobre o recente enfrentamento do movimento sindical contra o processo de venda das usinas da Cemig. Para Gilmar, a venda das usinas comprometerá a soberania nacional e elevará o custo da energia elétrica para as famílias da região Sudeste do Brasil. As usinas da Cemig constituem um patrimônio financiado pelo povo brasileiro, não poderia estar a serviço do lucro de estatais estrangeiras da China e França.

Encerrando as atividades do FFC, já parte da tarde do mesmo dia, o Prof. Dr. Ignacio Delgado, da Universidade Federal de Juiz de Fora, abordou as formas institucionais, trajetórias de desenvolvimento e inovação tecnológica. Segundo Ignacio, não existe um único caminho para o capitalismo, e o caminho escolhido atualmente pelo governo brasileiro compromete a capacidade de investimento e inovação tecnológica da política industrial nacional. A China não adotou o tripé macroeconômico porque ele seria desfavorável para Estado chinês coordenar o processo de acumulação e desenvolvimento econômico, alertou Ignacio. Ele resgata o pensamento do economista Celso Furtado, apostando na industrialização, nas políticas de transferência de renda e na educação como saídas para a crise no Brasil.

A estratégia de formação continuada de formadores contará com uma nova atividade nos dias 04, 05 e 06 de dezembro deste ano, na Escola Sindical 7 de Outubro.

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