O centro de formação do Sintraf de Espera Feliz sediou o Seminário sobre Conjuntura e Desafios da Classe Trabalhadora, no dia 24 de setembro. A atividade contou com a participação de 40 sindicalistas e lideranças da agricultura familiar, organizados pela FETRAF-MG. Pela Escola Sindical 7 de Outubro, o formador Emanoel Sobrinho contribuiu com os debates de conjuntura no contexto de disputa pelo modelo desenvolvimento em escalas global e local.

Como a agricultura familiar percebe a crise do capital? Em uma simples sentença, o debate com as 40 lideranças participantes apontaram como resposta: numa postura de crítica, esperança e lutas!

São inegáveis os avanços conquistados nos últimos 12 anos, com mais recursos financeiros para o Pronaf, com o reconhecimento da Educação do Campo como política de Estado, com habitação rural (PNHR) e com os programas de fortalecimento da produção, comercialização e segurança alimentar, como o PAA e a Lei de Segurança Alimentação, que garante a inserção de produtos da agricultura familiar na alimentação escolar.

No entanto, os/as dirigentes e militantes fetrafianos veem com preocupação a ameaça de corte nos gastos sociais e na reforma ministerial, como parte do pacote da política de ajuste fiscal do governo federal.

Juseleno Anacleto da Silva, coordenador geral da FETRAF-MG, afirmou que a militância da agricultura familiar estará nas ruas de Belo Horizonte no dia 03 de outubro (amanhã) para defender a democracia e a Petrobras, e ainda exigir uma nova política econômica que não penalize a classe trabalhadora, principalmente, na geração de empregos, na distribuição de renda e na ação do Estado na promoção das políticas públicas para o campo. Para tanto, a defesa da Petrobras é estratégica para garantir a soberania nacional e o desenvolvimento brasileiro.

Nos trabalhos de grupo, o tema mais recorrente foi a formação político-ideológica dos quadros dirigentes e da militância de base. Para os/as participantes, fortalecer o trabalho formativo com mulheres e jovens é uma prioridade, além da retomada da formação de base nas comunidades rurais.

Essa prioridade converge para a necessidade de politizar as conquistas da agricultura familiar no âmbito das políticas públicas, para que os/as trabalhadores/as do campo compreendam a importância dos sindicatos, associações e movimentos populares para o acesso aos programas e políticas de apoio à agricultura familiar no Brasil.

A realização de um Encontro Regional para discutir estratégias de combate ao Agrotóxico e aos impactos do seu uso na população do campo, também é uma das demandas apresentadas pelos/as participantes.

Para Irene Pinheiro, coordenadora de formação da FETRAF-MG, o curso foi uma verdadeira injeção de ânimo e contribuiu com informações relevantes para a luta da agricultura familiar, além de adotar uma linguagem adequada com o público da agricultura familiar.