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Coletivo de Sindicalistas das Estatais combate as privatizações

17/04/2019

CUT Minas Gerais e Escola Sindical 7 de Outubro reúnem sindicatos para fortalecer a defesa das empresas públicas e estatais mineiras e brasileiras

Escrito por: Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro

 

Dirigentes sindicais CUTistas se reuniram ontem (16) na Escola Sindical 7 de Outubro (BH) para constituir o Coletivo de Sindicalistas das Estatais contra as Privatizações. A iniciativa da CUT Minas Gerais e da Escola Sindical visa fortalecer o enfrentamento da classe trabalhadora contra a entrega de empresas públicas e estatais para o capital privado e internacional.

Participaram sindicalistas empregados da VALEC, CEASA-MG, EMATER-MG, COPASA, CEMIG, Banco do Brasil e da antiga TELEMIG no primeiro encontro do Coletivo. Pedro Jaime (PJ), aposentado da TELEMIG e ex-coordenador do SINTTEL-MG, foi convidado para relatar a sua experiência de luta contra o desmonte das empresas estatais de telecomunicações na década de 1990.

Para PJ, a ambição do governo atual é de que o Brasil volte a ser uma colônia, dominada por empresas estrangeiras, muitas delas estatais. As privatizações no setor de telecomunicações fez com que o Brasil perdesse toda a sua tecnologia nacional de ponta que existia e, com isso, nos tornamos reféns de serviços caros e de péssima qualidade na área de telefonia.

Ronaldo Aquino, secretário de formação do SINTER-MG, avalia que somente a construção de uma ampla solidariedade no movimento sindical pode impor derrotas ao projeto neoliberal de desmonte dos serviços públicos. Se a EMATER Minas for privatizada os mais de 400 mil agricultores familiares atendidos pela empresa não terão assistência técnica gratuita e os preços dos alimentos agrícolas podem aumentar significativamente, afirmou Ronaldo.

Sânia Barcelos, dirigente da secretaria de formação do SINDSEP-MG, aponta esse mesmo risco caso aconteça a privatização da CEASA-MG, pois esta empresa pública cumpre um papel relevante no abastecimento, vigilância sanitária e comercialização dos produtos agrícolas. A soberania e segurança alimentar da grande BH não podem ficar nas mãos da iniciativa privada que só tem interesse pelo lucro, enfatizou Sânia.

Helberth Ávila, dirigente do Sindicato dos Bancários de BH, falou sobre a insegurança vivenciada pelos trabalhadores do Banco do Brasil, por conta das ameaças constantes do atual presidente do Banco em privatizar a estatal e tambem das dificuldades de acesso às linhas de crédito pelos pequenos aagricultores.O BB tem limitado  o acesso do crédito rural para os agricultores familiares, que são obrigados a buscar apoio em bancos privados com taxa de juros mais altas, alertou Helberth.

A insegurança também atinge os empregadoss públicos da VALEC, empresa federal de engenharia de ferrovias.Sergio Nunes, dirigente do SINDSEP-MG, falou sobre a ameaça de extinção da VALEC. Para ele, a ação sindical foi o único recurso que os trabalhadores puderam contar para obrigar o governo a discutir a situação da empresa.

Wanderci Gomes, dirigente do SINDÁGUA, abordou as tentativas de privatização dos serviços de abastaecimento de água nos municípios. Ele relatou uma experiência de enfrentamento sindical e mobilização da sociedade que obrigou prefeitura e câmara de vereadores a retrocederem no projeto de privatização dos serviços de água e saneamento numa cidade do interior de Minas Gerais.

Para Jefferson Silva, coordenador geral do SINDIELETRO-MG, já ocorre nas estatais um processo de privatização por dentro. Na CEMIG, por exemplo, tem aumentado o número de empresas terceirizadas que oferecem serviços de baixa qualidade para a população, além disso, é preocupante a quantidade de trabalhadores terceirizados que se acidentam no dia a dia, disse. Jefferson ainda alerta para o fato de que parte significativa dos lucros da CEMIG vai para acionistas e não para investir na melhoria dos serviços oferecidos à população.

O Coletivo se prepara para participar do Dia Nacional de Luta contra as Privatizações, convocado pela Frente Brasil Popular para 6 de maio de 2019. O panfleto da Frente será construído pelos sindicalistas que participaram do encontro de ontem. O desafio é sensibilizar a população para os riscos que as privatizações representam para toda a sociedade brasileira, segundo Jefferson.

Jairo Nogueira, secretário-geral da CUT Minas, acredita que essa iniciativa é fundamental para despertar a consciência de que as empresas estatais e públicas são patrimônios construídos com o dinheiro de toda a sociedade brasileira e, portanto, não podem ser entregues ao capital privado e internacional.

 

 

 

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