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CUT, centrais e movimentos sociais articulam dia 28 de Abril em Mariana

16/02/2016

Crime ambiental da Samarco vai ser tema também do 1° de Maio, Encontro Brasileiro dos Movimentos Populares e Encontro Nacional dos Blogueiros

Escrito por: Rogério Hilário, no site da CUT-MG

 

Para tratar da organização das atividades para o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho, com a participação de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores, tanto da Nacional quanto da estadual, de centrais sindicais, dos movimentos sociais e representantes de parlamentares, o Fórum Social e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador  de Minas Gerais realizou uma reunião extraordinária, na manhã de quinta-feira (4), no auditório da sede da CUT/MG. Neste ano, o ato unificado do dia 28 de Abril vai ser realizado em Mariana, como forma de não apenas lembrar as vítimas, mas também de reivindicar melhores condições de trabalho e fazer a defesa do emprego. A reunião contou com a presença do secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional, Daniel Gaio.

Uma comissão vai ser definida na próxima reunião do Fórum, dia 15 de fevereiro, também na CUT/MG, para articular uma programação, com as agendas de todas as entidades, e atividades, como uma audiência pública. O ato será realizado em conjunto com o Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora das Centrais Sindicais.

Segundo os integrantes do Fórum, o rompimento da barragem de rejeito de Fundão e o transbordamento da lama na barragem de Santarém da Samarco Mineradora S.A, em Mariana, coloca em evidência a necessidade dos movimentos sindical e sociais chamarem a atenção da sociedade sobre as condições de trabalho no Brasil, bem como exigir dos governos e da iniciativa privada medidas mais concretas e eficazes de proteção à vida dos trabalhadores.

 “A saúde do trabalhador não tem visibilidade. Esta constatação é persistente. Por isso pensamos em fazer o  28 de Abril em Mariana, onde foram registradas 17 mortes e duas pessoas desaparecidas. Entre os  trabalhadores mortos, apenas um não era terceirizado. Constatamos que no Brasil não tem trabalhadores terceirizados, mas trabalhadores de terceira. Houve também a destruição de todo um rio, que deixou milhares de moradores sem emprego. Segundo a Emater, ao longo de dez anos não vai nascer nada onde a lama passou. Estamos diante de um crime ambiental e de uma tragédia do trabalho. Muito de negociou, mas quase nada sai. E tudo vem sendo coordenado pela Samarco. A empresa contratou uma empresa, sem qualquer expertise para o trabalho, para uma assistência psicossocial à população. Até agora, ninguém sabe quem é o psicólogo responsável. Verificamos que há um adoecimento mental imenso na população atingida pelo crime ambiental. Além disso, a empresa contratada para a construção e as obras de contenção da barragem rompida é especialista em logística. E a barragem de Germana, a maior de todas, está ameaçada”, disse Marta Freitas, coordenadora do Fórum Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais.

“Foi muito acertada a decisão do ato ser em Mariana. Não podemos deixar que Mariana caia no esquecimento. Não foi um acidente, foi um crime, que persiste com a violação de direitos dos atingidos e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais, construída pelo poder econômico. As manifestações em favor da Samarco foram construídas pela chantagem econômica. Está comprovado que há maior incidência de acidentes do trabalho no setor de mineração, quando há uma crise, com a redução do lucro. As empresas diminuem os investimentos na segurança. Esta dinâmica cíclica leva a um crime, como o que  aconteceu”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).

Para Beatriz Cerqueira, é necessário, nas atividades deste ano, fazer sempre o debate sobre o abandono  pelo poder público da população de Mariana e as regiões afetadas pelo rompimento da  barragem de Fundão. “O poder público, municipal, estadual e federal, deixou a população à mercê do que a Samarco faz. Quem coordena todo o processo é a Samarco. À população agradaria ser melhor assistida pelo poder público, se ele estivesse presente. Quando houve a oportunidade de ser criada uma CPI sobre o caso, ela se transformou, da noite para o dia, numa Comissão Extraordinária. E, hoje, é a Samarco que decide quem foi o atingido, escolhe cm quem negociar e o que pagar. Inadmissível, também, é o grau de desqualificação das pessoas, quem pode ter casa alugada, quem vai receber algo. E isso se deve à ausência do poder público”, acrescentou a presidenta da CUT/MG.

O crime ambiental da Samarco, segundo Beatriz Cerqueira, também será tema, com atividades em Mariana, do 1° de Maio, sendo que, no Dia do Trabalhador, vai ser realizado o Tribunal Internacional Popular; do Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, de 20 a 22 de maio; do Encontro Brasileiro dos Movimentos Populares em Diálogo com o Papa Francisco, entre os dias 2 e 4 de junho; da Romaria das Águas, no dia 5 de junho.

“Daqui a pouco eles vão culpar os trabalhadores, como acontece na Cemig, onde quem morre ou é por suicídio ou por negligência. Nosso debate com a população de Mariana, nas ações do dia 28 de Abril, deve ser sobre a garantia de emprego e as condições de trabalho, para que a Samarco não fique bem na situação. A população de Mariana precisa saber o que estaremos fazendo lá. O debate também precisa ser feito em nível nacional, pois em outras regiões acontecem ou aconteceram problemas semelhantes”, afirmou Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG e diretor do Sindieletro-MG.

Também representaram a CUT/MG na reunião do Fórum Social e Popular de Saúde e Segurança do Trabalho, Djalma de Paula Rocha, secretário de Saúde do Trabalhador; Sabrina Teixeira Ribeiro, secretária da Juventude; Neusa Pereira de Freitas, secretária de Políticas Sociais; Ederson Alves da Silva; Cleide Donária de Oliveira e Andréa Hermógenes Martins.

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